Povos extrativistas

As atividades extrativistas são práticas de muitos povos em MT e estão espalhados por todo o território. Os produtos coletados são frutos, raízes, plantas medicinais, madeiras, resinas, óleos, látex, tintura, entre outros. Estes são utilizados com diversas finalidades, entre elas: alimentares, medicinais e/ou como matéria‐prima para confecção de bens e de serviços (MACHADO, 2008). Os povos extrativistas podem ser desmembrados por meio de diversas identidades, relatamos abaixo delas, evidenciadas pelas narrativas nos seminários de mapeamentos:

Os raízeiros são extrativistas que coletam plantas medicinais e comercializam em pequena escada nos centros urbanos. Tem na transformação da paisagem uma ameaça para a continuidade de suas práticas;

Os fruteiros coletam, principalmente, frutos do Cerrado. Foram relatados nas Comunidades de Ribeirão do Costa, Sítio Conceição na zona rural de Chapada dos Guimarães.

Os poaieiros são coletores de poaia (Psychotria ipecacuanha), uma espécie medicinal rasteira e de sombra de mata densa. Sua coleta é uma atividade histórica em MT, com a utilização descrita deste o século XVIII. Seus coletores são denominados poaierios. A quase extinção da atividade deu‐se pela diminuição da demanda e pela destruição da espécie em decorrência dos desmatamentos. Sua coleta deu origem ao município de Barra do Bugres.

Os extrativistas de castanha do Brasil têm foco na região norte do Estado em áreas de floresta amazônica. A coleta de castanha do Brasil (Bertholletia excelsa) é feita entre os meses de novembro a março, este período é chamado pelos seus coletores de fábrico da castanha. Há um vasto programa denominado de Programa Integrado da Castanha (PIC) apoiado pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD –Brasil) e pela SEMA‐MT que busca alternativas de renda sustentáveis para os povos da floresta, inclusive em áreas indígenas dos povos indígenas Rikbaktsa, Arara do Rio Branco e Zoró.

Os extrativistas de óleo de Copaíba, geralmente é uma atividade masculina que  ocorre nas regiões amazônicas do Estado. O óleo de copaíba (Copaifera sp) é utilizado no tratamento de enfermidades como: gripes, ferimentos, picadas de cobra; é usado também como combustível para lamparina e pequenos candeeiros.

Os extrativistas de látex de mangaba são encontrados nas regiões pantaneiras, em municípios como Barão do Melgaço, Cáceres e Poconé. Com o látex produz‐se capas de chuva, chamadas poncho, para uso dos cavaleiros nos banhados do Pantanal.

 

Referência: SILVA, Regina Aparecida da. Do invisível ao visível: o mapeamento dos grupos sociais do estado de Mato Grosso - Brasil. São Carlos: UFscar, 2011.
Disponível em: <https://onedrive.live.com/view.aspx?cid=17DC7D667214610D&resid=17DC7D667214610D%21343&app=WordPdf>.

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