Artesãos

Os artesãos são homens e mulheres que estão presentes em todo o território mato‐grossense. Seus artesanatos, muitas vezes, são importantes referências culturais locais. Produzem artefatos de forma artesanal, tendo como base as mais variadas matérias‐primas.

Os canoeiros vivem às margens dos rios, principalmente pantaneiros, fabricam canoas e tem profundo conhecimento etnomatemático para esta construção. São ribeirinhos, e se autodenominam como canoeiros.

Os artesãos de entalhes em madeira produzem gamelas, colheres de pau, pilões, canoas, cochos. A produção de teares, prensas, engenhos, carretas, carros de boi e violas de cocho são montados sem pregos, utilizando encaixes.

Os artesãos de trançados utilizam taquaras, cipós, palhas, fibras, etc. Na baixada cuiabana são produzidos os jacás, cestos para acondicionar peixes vivos submersos no rio. Várias etnias indígenas produzem seus trançados com folhas, palmas, cipós, talas e fibras resultando em redes, cestos, abanos, baquités e máscaras que são utilizadas em suas atividades cotidianas, em seus rituais e ritos de passagem. Os desmatamentos vêm tornando rara a matéria prima destes trançados e comprometendo a continuidade das atividades.

Os artesãos de couro e chifres utilizam o couro é usado na confecção de arreios,

laços e trançados. Com os chifres são feitos berrantes para atrair o gado e guampas, uma espécie de copo. É uma atividade geralmente masculina.

Os artesãos de tecelagem fazem as redes para dormir, os “cochonilhos” para

colocar como forros de arreios, faixas para cintura, etc. Em geral são atividades femininas e são produzidas com o algodão. São encontradas geralmente nas depressões dos rios Cuiabá e Paraguai. As redeiras são forte expressão da comunidade de Limpo Grande, em Várzea Grande. Há também as redes confeccionadas pelos povos indígenas feitas de trançados de fibra de buriti e algodão nativo.

Os artesãos de argila, chamados de oleiros é uma atividade masculina que produzem com argila artesanalmente tijolos e telhas. Outra atividade relacionada com a argila é a expressão identitária dos ceramistas, realizam atividades com argila e moldam as peças à mão, função realizada, geralmente, por toda a família. Produzem potes de água, panelas, jarras, moringas, pratos, travessas, etc. Foram citadas as comunidades Caiçara e Caramujo, em Cáceres. As bonecas de cerâmica do povo indígena Karajá, na região Araguaia. As bonecas produzidas em Vila Bela da Santíssima Trindade.

Os artefatos produzidos pelos Waurá, etnia do no Alto Xingu. E, São Gonçalo, uma pequena comunidade com mais de 300 anos localizada a beira do rio Cuiabá na capital do Estado.

Como uma identidade ligada aos povos ribeirinhos, mas que expressam uma maior expressão identitária com o trabalho, podemos citar: Os pescadores profissionais/artesanais que, geralmente, se organizam em associações e colônias e possuem variadas identidades, há uma expressiva organização que fortalece a luta deste grupo, o Movimento dos Pescadores e das Pescadoras Artesanais – MPP. De acordo com SILVA; SILVA, 1995, as colônias dos pescadores profissionais em MT, dividem‐se em:

Quadro de Colônias dos pescadores profissionais em Mato Grosso

Colônia

Município

Colônia

Município

Z-1

Cuiabá*

Z-8

Santo Antônio do Leverger

Z-2

Cáceres

Z-9

Barra do Garças

Z-3

Rondonópolis

Z-10

Barra do Bugres

Z-4

Nobres

Z-11

Poconé

Z-5

Barão de Melgaço

Z-13

Rosário Oeste

Z-6

Luciara**

Z-14

Várzea Grande

Z-7

São Felix do Araguaia

 

 

* A colônia de pescadores Z‐ 1 (Cuiabá), dividiu fundando a colônia Z‐14 de Várzea Grande; ** A colônia de pescadores Z‐ 6 (Luciara), fundiu com a colônia Z‐7 de São Felix.

Os isqueiros são assim denominados, pois vendem as iscas para a pesca turística [minhoca e pequenos peixes], presentes em quase todo trecho pantaneiro, como atração turística ou de pesca de finais de semana;

Os piloteiros são os residentes em comunidades ribeirinhas do Pantanal, que buscam reconstruir suas identidades nas transformações socioambientais, articulando a sobrevivência junto com as pousadas e servindo‐se como guias turísticos nos passeios de barco.

Os barqueiros são os povos encontrados em várias comunidades, se autodenominam como barqueiros, estes não constroem seus barcos ou canoas, apenas os dirigem para variadas funções.

Referência: SILVA, Regina Aparecida da. Do invisível ao visível: o mapeamento dos grupos sociais do estado de Mato Grosso - Brasil. São Carlos: UFscar, 2011.
Disponível em: <https://onedrive.live.com/view.aspx?cid=17DC7D667214610D&resid=17DC7D667214610D%21343&app=WordPdf>.

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