Povos indígenas

No Brasil do século XVI, quando da chegada dos portugueses, viviam cerca de mil povos distintos com uma população de 2 milhões a 5 milhões de pessoas, segundo diferentes estimativas’ (AZEVEDO, 2008, p. 19). Atualmente, de acordo com o censo demográfico realizado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) no ano 2000, 734 mil pessoas se auto‐identificaram como “indígena”, um percentual para 0,4% da população do país (IBGE, 2005). Porém, um número atualizado será divulgado pelo Censo 2010. Essa população representa uma diversidade linguística que ultrapassa o número de 180 línguas, classificadas em 35 famílias lingüísticas. Estima‐se existir no Brasil um total de 225 etnias indígenas (VERDUM, 2009), de acordo com Ricardo (2000), estes povos estão localizados em 563 terras indígenas.

Os povos indígenas formam um grupo muito representativo da diversidade sociocultural de MT. De acordo com Ricardo e Ricardo (2006), no Estado Matogrossense observam‐se 45 etnias localizadas em 78 terras indígenas, em diferentes fases de regularização. Número étnico ainda controverso, não só em função da ausência de registro, como de comunidades isoladas (além de outras não identificadas). Os dados do seminário acrescentaram o povo Canela/Apanyekra, originários do estado de Maranhão, que ocupam áreas na região do Araguaia mato‐grossense, nas proximidades com o rio Preto; embora reconhecidos pela FUNAI, esse grupo ainda luta pelo reconhecimento e demarcação de seu território. Também foram acrescidos os povos Krenak – Maxacalli, que vivem também na região do rio Preto, no município de Cana Brava do Norte, no Araguaia mato‐grossense. Portanto, chegamos a um registro de 47 etnias mapeadas nos territórios do Estado de MT (...).

O prognóstico que apresentamos nesta pesquisa traz um número étnico ainda em construção, não só em função da ausência de registros, como também, de vários grupos indígenas isolados/livres. Os registros são variados e, por certo, ainda teremos grupos que não foram identificados (...). A proteção das áreas que estes povos habitam, é penas um passo do amplo desafio das políticas públicas e, dos organismos responsáveis para garantir da integridade desses povos e, ao mesmo tempo, propiciar condições para a autonomia de seus destinos.

Referência: SILVA, Regina Aparecida da. Do invisível ao visível: o mapeamento dos grupos sociais do estado de Mato Grosso - Brasil. São Carlos: UFscar, 2011.
Disponível em: <https://onedrive.live.com/view.aspx?cid=17DC7D667214610D&resid=17DC7D667214610D%21343&app=WordPdf>

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